Mitos

Um mito que assusta muita gente diz respeito a possibilidade de alguém "voltar" de uma situação de morte encefálica. A morte ocorre quando o encéfalo (cerebro e tronco cerebral) morre o que pode ocorrer por duas vias: o coração e os pulmões param de funcionar ou o encéfalo para de funcionar. Este pára de funcionar em decorrência de um trauma grave. Nestas circunstâncias o coração e o pulmão podem ser mantidos funcionando com suportes somente disponíveis nas UTIs. Morte encefálica é um critério médico, ético e jurídico aceito. Esses critério podem mudar com o tempo. Considere que há poucas décadas passadas ninguém voltava de uma parada cardíaca. Hoje, as técnicas de reanimação são aplicadas rotineiramente e com sucesso, até mesmo por não médicos.

Conheça a realidade por trás dos mitos:

1)Se os médicos do setor de emergência souberem que você é um doador, não vão se esforçar para salvá-lo.
Se você está doente ou ferido e foi admitido no hospital, a prioridade número um é salvar a sua vida. A doação de órgãos e tecidos somente será considerada após sua morte e o consentimento por escrito da sua família.

2) Quando você está esperando um transplante sua condição financeira ou seu status é tão importante quanto a sua condição médica.
Não. Quando você está na lista de espera por uma doação de órgão e/ou tecido, o que realmente conta é a gravidade da sua doença, tempo de espera, tipo de sangue e outras informações médicas importantes.

3) Necessidade de qualquer documento ou registro expressando minha vontade de ser doador.
Não há necessidade de qualquer documento ou registro. Este documento não tem valor legal algum. Apenas poderá ter um valor simbólico para sua família considerar a sua vontade. Portanto, o mais importante é informar os seus parentes sobre a sua vontade de ser doador.

4) Somente corações, fígados e rins podem ser transplantados.
Os órgãos que podem ser doados são: coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e intestinos. Tecidos que podem ser doados incluem: córneas, pele, ossos, valvas cardíacas.

5) Seu histórico médico acusa que seus órgãos ou tecidos estão impossibilitados para a doação.
Na ocasião da morte, os profissionais médicos especializados irão revisar seu histórico para determinar se você pode ou não ser um doador. Com os recentes avanços na área de transplantes, mais pessoas podem ser doadoras.

6) Você está muito velho para ser um doador.
Pessoas de todas as idades e históricos médicos podem ser consideradas potenciais doadoras. Sua condição médica no momento da morte determinará quais órgãos e tecidos poderão ser doados.

7) A doação dos órgãos desfigura o corpo e altera sua aparência na urna funerária.
Os órgãos doados são removidos cirurgicamente, numa operação de rotina, similar a uma cirurgia de vesícula biliar ou remoção de apêndice. Você poderá ter sua urna funeral aberta.

8) Sua religião proíbe a doação de órgãos.
O catolicismo, protestantismo, espiritismo, judaísmo, talmud, islamismo, budismo, seicho-no-ie e anglicanismo apoiam a doação de órgãos. Já os hindus, testemunhas de Jeová, Jesus Cristos dos Santos do Últimos Dias (Mórmons) e a Igreja Pentecostal acreditam que a decisão é de inteira responsabilidade do indivíduo, mas não se opõem ao transplante. Os testemunhas de Jeová são contrários apenas à transfusão de sangue.

9) Há um verdadeiro perigo de alguém ser drogado e, quando acordar, encontrar-se sem um ou ambos os rins, removidos para serem utilizados no mercado negro dos transplantes?
Essa história tem sido largamente veiculada pela internet, mas não há absolutamente qualquer evidência de tal atividade ter ocorrido. Mesmo soando como verdadeira, essa história não se baseia na realidade dos transplantes de órgãos.